O colesterol alto é um problema de saúde que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e representa um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, como infarto e AVC. Apesar de ser uma condição silenciosa, suas consequências podem ser graves se não forem identificadas e tratadas a tempo.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, cerca de 40% da população brasileira, equivalente a mais de 84 milhões de pessoas, apresentam níveis elevados de colesterol. Esse é um dos principais fatores de risco para doenças como infarto agudo do miocárdio e trombose.
As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortes no Brasil, representando cerca de 30% dos óbitos no país. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 1 milhão de pessoas morrem anualmente de infarto antes mesmo de receberem atendimento médico.
Os hábitos alimentares, como o consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras saturadas e trans, como carnes gordurosas, fast food, álcool e doces contribuem significativamente para essas estatísticas, aumentando os riscos de complicações graves, como obstruções arteriais, hipertensão arterial e acúmulo de gordura do fígado por exemplo.
Para entender mais sobre este tema, no post de hoje vamos explorar o que é o colesterol alto, os fatores de risco e como prevenir essa condição para garantir uma vida mais saudável.
O que é colesterol alto?
De acordo com a Diretriz de Dislipidemia da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o colesterol é uma substância gordurosa essencial para o funcionamento do organismo, mas seus níveis elevados no sangue podem levar ao acúmulo de placas nas artérias, aumentando o risco de doenças cardiovasculares. O colesterol é uma substância gordurosa e cerosa produzida pelo fígado, mas também pode ser encontrada em alguns alimentos.
Existem quatro tipos de lipídios biologicamente mais relevantes:
- Os triglicérides (TG), que constituem importante forma de armazenamento energético adiposo e muscular;
- O colesterol, precursor de hormônios esteroides;
- Os fosfolípides, que constituem a estrutura básica das membranas celulares;
- Os ácidos graxos.
As lipoproteínas são constituídas de lipídios e apolipoproteínas, que permitem a solubilização e o transporte dos lipídios, e são compostas de dois grandes grupos:
- LDL (colesterol ruim): é o responsável por transportar o colesterol para as células, mas em excesso, pode se acumular nas paredes das artérias.
- HDL (colesterol bom): atua na remoção do excesso de colesterol do sangue, levando-o de volta ao fígado para ser eliminado.
A V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, publicada em 2017 pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, classifica os distúrbios do colesterol (as Dislipidemias) em:
- Hipercolesterolemia isolada:aumento isolado do LDL-c (LDL-c maior ou igual a 160 mg/dL);
- Hipertrigliceridemia isolada: aumento isolado dos triglicérides (TG maiores ou iguais a 150 mg/dL);
- Hiperlipidemia mista:aumento do LDL-c (LDL-c maior ou igual a 160 mg/dL) e dos TG (TG maiores ou iguais a 150 mg/dL);
- HDL-c baixo: redução do HDL-c (homens: menor que 40 mg/dL; mulheres: menor que 50 mg/dL).
Esses parâmetros são importantes, pois auxiliam na avaliação do risco cardiovascular e na definição de estratégias de tratamento para prevenir doenças relacionadas.
Principais fatores de risco para o colesterol alto
A elevação do colesterol pode estar associada a fatores genéticos e a hábitos de vida inadequados. Os fatores de risco mais comuns incluem:
- Dieta desequilibrada: consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras saturadas e trans, como carnes gordurosas, frituras e ultraprocessados.
- Sedentarismo: a falta de atividade física reduz os níveis de HDL.
- Obesidade: o excesso de peso está ligado ao aumento do LDL e triglicérides.
- Histórico familiar: pessoas com parentes de primeiro grau com colesterol alto apresentam maior risco.
- Condições clínicas: doenças como diabetes e hipertensão arterial podem agravar o quadro.
Sinais de alerta
Na maioria dos casos, o colesterol alto não apresenta sintomas específicos. Por isso, a realização de exames de sangue regulares é essencial para monitorar os níveis de colesterol. Os sinais de alerta costumam aparecer apenas em estágios avançados, como:
- Xantelasmas: pequenos depósitos amarelados ao redor dos olhos.
- Xantomas: acúmulo de gordura sob a pele.
- Angina: dor no peito associada à diminuição do fluxo sanguíneo.
Alguns cuidados para prevenir e tratar o colesterol alto
Adotar hábitos saudáveis pode prevenir ou controlar o colesterol elevado. Veja os principais cuidados:
- Dieta equilibrada: inclua frutas, verduras, grãos integrais e fontes de gorduras boas, como azeite e abacate.
- Prática regular de exercícios: 30 minutos diários de atividade moderada, como caminhada, ajudam a aumentar o HDL.
- Controle de peso: manter um peso saudável reduz os níveis de LDL.
- Não fumar e evitar álcool em excesso: eliminar o fumo e reduzir o álcool que acaba elevando os triglicérides.
- Uso de medicamentos: em casos de alto risco ou quando as mudanças no estilo de vida não forem suficientes, o uso de medicamentos pode ser indicado pelo médico.
E quando procurar um cardiologista?
É fundamental buscar orientação médica em situações específicas, como a presença de fatores de risco, incluindo histórico familiar de colesterol alto ou obesidade.
Além disso, o diagnóstico de doenças relacionadas, como hipertensão ou diabetes, também exige acompanhamento médico. Caso os exames de colesterol apresentem valores fora dos parâmetros de referência, é indispensável procurar um cardiologista para uma avaliação detalhada.
Consultas regulares são essenciais para garantir um monitoramento completo e personalizado da saúde cardiovascular. Cuidar do coração é um passo importante para viver melhor e com mais qualidade de vida!